Postagem em destaque

Oque é a filosofia: é o espanto!

RESUMO SOCIOLOGIA 1ª SÉRIE 1º BIMESTRE

domingo, 3 de abril de 2016

1º BIMESTRE
Por que somos como somos? Por que agimos como agimos? Principais dúvidas que norteiam o pensamento sociológico, principais premissas. A sociologia é o estudo da vida social humana, dos grupos e das sociedades, e, seu objeto de estudo é nosso próprio comportamento como seres sociais.
Para compreendermos de que trata a sociologia temos que nos distanciar de nós mesmos, temos que nos considerar seres humanos entre os outros. Na verdade a sociologia trata dos problemas da sociedade e a sociedade é formada por nós e pelos outros. Aquele que estuda e pensa a sociedade, o sociólogo, é ele próprio um dos seus membros.
Justamente, a sociologia nos mostra a necessidade de assumir uma visão sobre por que somos como somos e por que agimos como agimos, ela nos ensina que aquilo que encaramos como natural, inevitável, bom ou verdadeiro, pode não ser exatamente assim, afinal nem tudo é o que parece ser, e que os “dados” de nossa vida são fortemente influenciados por forças históricas e sociais.
Aprender a pensar sociologicamente , significa, antes de tudo, cultivar a imaginação, um sociólogo é alguém que é capaz de se libertar da imediatidade das circunstâncias pessoais e apresentar as coisas num contexto mais amplo.
A imaginação sociológica (Mills, 1970), exige de nós que pensemos fora das rotinas familiares de nossas vidas cotidianas , a fim de que as observemos  de modo renovado.( Giddens, A. Sociologia, Porto Alegre: Artmed, 2005).

Como seriam suas respostas se alguém lhe fizesse as seguintes perguntas:
— Por que o Brasil é visto como um país em desenvolvimento, para não dizer atrasado, em relação aos países mais ricos, mesmo sendo uma das maiores economias do mundo?
— Por que o homem moderno cada vez mais se faz prisioneiro do trabalho?
— Apesar de tanta riqueza produzida pelo trabalho no sistema capitalista, por que se tem, em boa parte dos países, a maioria dos trabalhadores em situação de pobreza?
Talvez você consiga dar boas respostas às perguntas acima, apontando, inclusive, as origens dos problemas questionados, porém, outros, não tendo argumentos para dar boas respostas, diriam:
“eu acho que...”.
com certeza você já ouviu a frase: “Quem acha, pode não saber muita coisa”
Todos podemos ir além do que já sabemos, ou “achamos” saber sobre nossa sociedade. E o papel da Sociologia como disciplina é justamente nos ajudar nesse sentido: a percebermos, por exemplo, que fatos considerados naturais na sociedade, como a miséria de muitos, o enriquecimento de poucos, os crimes,  os suicídios, enfim, a dinâmica e a organização social podem não ser tão naturais assim.
Os questionamentos apresentados acima, poderão ser elucidados pelas teorias, pelas perspectivas (visões) teóricas sociológicas, que nos ajudarão a ver nossa sociedade de maneira muito mais crítica e com base científica.( Sociologia / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006.2ª edição, Governo do Estado do Paraná).
Desenvolvendo uma perspectiva sociológica
Considere o ato de tomar uma xícara de café, o que poderíamos dizer, a partir de um ponto de vista sociológico sobre esse exemplo de comportamento aparentemente comum, simples, desinteressante?
Muitas coisas… poderíamos ressaltar que o café não é apenas uma bebida, ele possuí valor simbólico como parte de nossas atividades sociais diárias, para muitos a xícara de café matinal ocupa o centro de uma rotina pessoal, ela é um primeiro passo essencial para começar o dia. Durante o dia muitos tomam café acompanhados de uma ou mais pessoas como parte de um ritual social, duas pessoas que combinam se encontrar para tomar um café, estão provavelmente mais interessadas em ficarem juntas, a manter uma conversa, do que na bebida propriamente.Comer e beber em todas as sociedades, fornece ocasiões para a interação social e para a encenação de rituais.

Outro ponto: o café é uma droga, por conter cafeína, substância altamente estimulante, que consumida em doses excessivas pode fazer mal, muitas pessoas bebem café pelo estímulo extra que esta bebida propicia. O café causa dependência, mas os viciados em café não são vistos como usuários de drogas; assim como o álcool o café é uma droga socialmente aceita, inclusive, mas recentemente comprovou-se que pode contribuir para elevar os níveis de concentração, melhorar a memória e diminuir os níveis de colestorol, contudo mesmo assim, não devemos aconselhar o consumo excessivo desta bebida.

Mais uma questão: um indivíduo que bebe café é apanhado em uma complicada trama de relacionamentos sociais e econômicos que se estendem pelo mundo.O café é uma bebida consumida desde os mais pobres até os mais ricos em diversas partes do mundo, é consumido em grandes quantidades nos países ricos, contudo cultivado nos países mais pobres, apesar da oscilação no mercado devido a inúmeros fatores, o café ainda é, ao lado do petróleo e de outros produtos, uma das mercadorias mais valiosas no comércio internacional. A produção, o transporte  e a distribuição de café requerem transações contínuas entre pessoas a milhares de quilômetros de distância de seu consumidor. Estudar essas transações globais é uma importante tarefa da Sociologia.

Outra: O café é um produto que permanece no centro dos debates contemporâneos sobre globalização, comércio internacional, direitos humanos e degradação/destruição ambiental, o café tornou-se uma marca e politizou-se: o consumidor pode escolher qual tipo de café beber e onde adquiri-lo, tornou-se estilo de vida.Os indivíduos podem escolher entre beber somente café orgânico, café naturalmente descafeinado, ou café comercializado “honestamente” (através de esquemas que pagam integralmente o preço de mercado a pequenos produtores de café em países em desenvolvimento), podem optar por ser clientes de cafeterias independentes ao invés de “cadeias corporativas” de café como a Starbucks, os consumidores de café podem boicotar o café vindo de certos países que violam os direitos humanos e acordos ambientais.Os sociólogos buscam compreender como a globalização aumenta a consciência das pessoas acerca de fatos que vem ocorrendo em diversas partes do mundo, estimulando-as,  construindo conhecimentos sobre assuntos até então desconhecidos, e a construir uma perspectiva crítica acerca de assuntos que influenciam suas vidas direta ou indiretamente.

Quando alguém começar uma resposta com as palavras “eu acho que...”, esta resposta pode não ser satisfatória, ou corresponder as nossas expectativas acerca do assunto tratado. O que não significa, porém, que ela deva ser rejeitada, ela precisa ser apurada, refinada. Por exemplo, se alguém nos perguntasse por que em um mesmo país, observamos realidades sociais tão distintas, poderíamos responder com base em dados, na história, na geografia etc., enfim poderíamos oferecer uma resposta certeira, ou apenas responder “eu acho que...” baseados no chamado senso comum.
Existem muitas outras coisas que acontecem na sociedade e que nos atingem diretamente. E para todas essas coisas seria muito bom que tivéssemos curiosidade para saber se aquilo que é mostrado é realmente como é. E a Sociologia?

A sociologia contribui para que possamos entender um pouco mais o lugar onde vivemos…
O senso comum não deve ser rejeitado, entretanto, você pode ir além desse conhecimento comum, neste caso, sobre a sociedade. Todos nós somos sociólogos, de uma forma ou de outra, pois estamos constantemente refletindo acerca de nossas experiências, analisando os nossos comportamentos e o comportamento dos outros.Avançar um pouco mais em relação a um conhecimento elaborado e investigativo vai nos trazer um entendimento mais claro sobre como funciona a sociedade, dentre outras coisas.
Além do fato de que você terá maior autonomia para CONCORDAR OU DISCORDARsobre as questões que você vive na sociedade e não será influenciado pelo bombardeio de informações parciais oferecidas pela mídia.Essa é a independência que queremos: A  DE REFLEXÃO.

Surgimento da Sociologia: A “Gênesis Sociológica”

Recorrendo à História:
Podemos dizer que o início do sistema capitalista se deu na chamada Baixa Idade Média, entre os séculos IX e XV, na Europa Ocidental. A partir do século XI, com as “cruzadas” realizadas pela Igreja Católica, para conquistar Jerusalém que estava dominada pelos muçulmanos, um canal de circulação de riquezas na Europa foi aberto.
O contato cultural e o comércio do ocidente com o oriente europeu foram retomados via Mar Mediterrâneo. Com a movimentação de pessoas e riquezas houve, na Europa Ocidental, o surgimento de núcleos urbanos, conhecidos por burgos. Destes, surgiram as cidades, pois existiam poucas naquele tempo.
As chamadas corporações de ofício, que eram uma espécie de associação comercial da época que organizava as atividades artesanais para ter acordo entre os preços de venda e qualidade do produto, por exemplo, começaram a aparecer a fim de regular o trabalho dos artesões que vinham para as cidades exercer sua profissão, a idéia do lucro se fortalecia.
Mais tarde, os europeus começaram a explorar o comércio em termos mundiais, principalmente depois dos séculos XV e XVI e das chamadas Grandes Navegações. Por exemplo, com o descobrimento da América, muita riqueza daqui era levada à Europa para a criação de mercadorias que seriam vendidas nesse mercado mundial que estava surgindo. A idéia de uma produção em série de mercadorias começava a surgir.
As antigas corporações de ofício foram transformadas pelos comerciantes da época em manufatura. O trabalho manufatureiro acontecia com vários artesãos, em locais separados e dirigidos por um comerciante que dava a eles a matéria-prima e as ferramentas. No final do trabalho encomendado, os artesões recebiam um pagamento acertado com o comerciante.
Os comerciantes (futuros empresários capitalistas) pensaram que seria melhor reunir todos esses artesãos num só lugar, pois assim poderiam ver o que eles estavam produzindo. Além de cuidar da qualidade do produto, o controle sobre a matéria-prima e o ritmo da produção poderia ser maior.
Foi então que surgiu a idéia da fábrica, um lugar com uma produção mais organizada, com a acentuação da divisão de funções (hierarquização), onde o artesão ia deixando de participar do processo inteiro de produção da mercadoria e onde passava a operar apenas parte da produção. Desse ponto para a implantação das máquinas movidas a vapor, restava somente o tempo da invenção das mesmas. Quando o inventor escocês James Watt (1736-1819) conseguiu patentear a máquina a vapor, em abril de 1784, ela veio dar grande impulso à industrialização que se instalava, aumentando a produção, diminuindo os gastos com mão-de-obra e aumentando o acúmulo de capital.
O sistema feudal da Europa Ocidental, estava sendo superado. Ele não conseguiria suprir as necessidades dos novos mercados que se abriam. O sistema capitalista, com base na propriedade privada dos meios de produção e no lucro, isto é, na acumulação de capital, estava sendo consolidado.
A partir da Revolução Industrial (século XVIII), as cidades da Europa Ocidental começavam a se transformar em grandes centros urbanos comerciais e, posteriormente, industriais. Muitas delas “intumescidas” e repletas de desempregados. O estilo de vida das pessoas estava se transformando – para alguns de forma violenta e radical – como era o caso de muitos camponeses que eram expulsos pelos senhores das terras onde trabalhanvam que estavam seguindo a política de “cercamentos” de terra, para criar ovelhas e fornecer lã às fábricas de tecidos.
Já no caso dos artesãos, esses “perdiam” sua qualificação profissional e o controle sobre o que produziam, ou seja, de profissionais, passavam a “não ter profissão”, pois a indústria era quem ditava que tipo de profissional precisava ser. Não importava se fossem grandes artesãos, só precisariam aprender a operar a máquina da fábrica, como não tinham capital para ter uma produção autônoma e competir com a fábrica, submetiam-se ao trabalho assalariado.
Novas e grandes invenções estavam sendo realizadas no campo tecnológico, como as próprias máquinas a vapor das indústrias. O comércio mundial estava aumentando cada vez mais. E em meio a isto, duas classes distintas emergiam: a composta pelos empresários e banqueiros, chamada de classe burguesa, e a classe assalariada, ou proletária.
A classe burguesa é aquela que ao longo do tempo veio acumulando capital com o comércio e reteve os meios de produção em suas mãos, isto é, as ferramentas, os equipamentos fabris, o espaço da fábrica, etc. ou seja, eram os donos dos meios de produção,e também detinham o poder político. Já a classe proletária, sem capital e expropriada dos meios de produção por meio de sua expulsão dos feudos e das terras comuns, tornava-se fornecedora de mão-de obra aos donos das fábricas.
O quadro social na Europa Ocidental do período passava, então, por transformações profundas, provocadas pela consolidação do sistema capitalista, pela valorização da ciência contrapondo as explicações míticas a respeito do mundo, pela abertura de mercados mundiais e pelas divergências ocasionadas pelas péssimas condições de vida dos operários, confrontadas com o enriquecimento da classe burguesa. É em meio a todas essas mudanças que a Sociologia começa a ser pensada como sendo uma ciência para dar respostas mais elaboradas sobre os novos problemas sociais.
A Sociologia e suas teorias, se constituem como ferramentas de reflexão sobre a sociedade industrial e científica que surgia. Sociologia / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2ª edição, Governo do Estado do Paraná, 2006.)


0 comentários:

Postar um comentário

Lorem

Please note: Delete this widget in your dashboard. This is just a widget example.

Ipsum

Please note: Delete this widget in your dashboard. This is just a widget example.

Dolor

Please note: Delete this widget in your dashboard. This is just a widget example.