Postagem em destaque

Oque é a filosofia: é o espanto!

Resumo sociologia 2ª série 1º bimestre

domingo, 3 de abril de 2016

AULAS DE SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO - 2º ANO


FORMAÇÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL  BRASILEIRA
A cultura brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia desse país sul-americano: indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes, etc. como resultado da intensa miscigenação e convivência dos povos que participaram da formação do Brasil surgiu uma realidade cultural peculiar, que inclui aspectos das várias culturas.
O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os séculos de colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas fundamentais da formação cultural brasileira como a dos indígenas, dos europeus, especialmente portugueses, e dos escravos trazidos da África subsahariana. A partir do século XIX, a imigração de europeus não-portugueses e povos de outras culturas, como árabes e asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro. Também foi grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como a França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos, países que exportam habitantes e produtos culturais para o resto do globo.

O ESTRANGEIRO SOB O PONTO DE VISTA SOCIOLÓGICO

MIGRAÇÃO
Se alguém faz uma análise mais aprofundada sobre si próprio, perceberá que não é uma pessoa deslocada de seu tempo, assim como não é deslocada de suas origens. Para muitos, a origem de seus antepassados é totalmente brasileira, mas para outros, ela se dá através da mudança de familiares para cá como imgrantes.
No século XIX começaram a chegar muitos imigrantes, principalmente da Europa, para substituirem os escravos na lavouras, por causa do fim do tráfico negreiro. Outros motivos foram: os donos de fazendas não queriam pagar salários para ex-escravos e havia uma política que buscava o clareamento da população.  De italianos, ao contrário do que eu disse para algumas turmas, chegaram ao Brasil aproximadamente 1,5 milhão de italianos.  Destes vários imigrantes – onde se enquadram também os alemães, poloneses, ucranianos, japoneses, chineses, espanhóis, sirio-libaneses, armênios, coreanos – alguns se espalharam co suas famílias e outros se organizaram em colonias ou vilas. Os grupos que se mantiveram unidos até hoje conseguiram resguardar a cultura de seus antepassados, ao contrário de outros indivíduos que simplesmente se misturaram ao resot da população brasileira. Assim, encontramos colônias japonesas espalhadas pelo Brasil, assim como bairros com grupos de descendentes de grupos de imigrantes predominantes ou até cidades fundadas por grupos de imigrantes, como por exemplo: as cidades de Americana e Holambra (de origem estadunidense e holandesa, respectivamente), e os bairros da Moóca, do Bexiga e da Liberdade, na cidade de São Paulo (sendo os dois primeiros de origem italiana e o outro de origem japonesa). Nestes lugares, a cultura pode ser vista nos estabelecimetos comerciais, no dialeto e nas festas tradicionais.
O que ainda é muito visível, independente de onde se esteja, é o caso do fenômeno dos dekasseguis – com um grande aumento na quantidade de descendentes de japoneses que vão para o Japão trabalhar – e, ainda sobre os nisseis e sanseis, o fato de muitos andarem em grupos formados por outros descendentes de japoneses. Isto se dá pela força da cultura que faz com que os seus pais sejam muito rígidos na formação dos filhos, até mesmo sobre os seus relacionamentos.
Uma curiosidade: O “Moinho de Holambra” funciona como os moinhos holandeses, não sendo meramente um enfeite.
O estrangeiro sob a ótica de Georg Simmel
Temos na toeria de Georg Simmel uma distinção entre o vinajante e o estrangeiro. Mesmo usando corriqueiramente estrangeiro como todo e qualquer indivíduo que não seja do país do qual estamos olhando. Neste caso, Simmel estabelece aqueles que viajam, mas não se estabelecem (viajantes), e os que viajam para se estabelecer no local de destino (estrangeiro). Assim, não é necessário que essa pessoa tenha vindo de outro país, mas sim de qualquer lugar, longe ou perto do local de destino. O estrangeiro se destaca dos outros integrantes do local de destino por suas particularidades: cultural, idioma, características físicas. Por estes mesmos motivos, ele nunca se insere totalmente no grupo, às vezes, nem os seus descendentes. A relação que se dá entre os estrangeiros e os habitantes locais sempre se configura na relação de amizade entre aluns membros deste grupo, mas de um distanciamento e desprezo, por ambas as partes, quando se olha a relação com o grupo por suas diferenças.
Daí surge a pergunta: Por que o indivíduo imigra?
Como afirmam os textos das páginas 21-22 e 23, um primeiro movimento é o da impossibilidade dos imigrantes, dando destaque para aqueles que vieram para o Brasil, de se manterem nas suas terras pelos custos de produção e de impostos; por não conseguirem pagar suas dívidas contraídas; não poderem sustentar suas famílias em suas terras e; por não conseguirem comprar uma porção de terra quando buscava constituir família. O segundo movimento ocorre nas cidades: Aqueles que saem do campo aumentam vertiginosamente o quadro de mão-de-obra na indústria, que não consegue ser absorvido ou passa a ter que aceitar subempregos para poderem sobreviver. O terceiro e último movimento é a sedução que muitos passaram a receber com propagandas sobre fazer a vida na América: Muitos acreditavam que na América teriam a possibilidade de terem terras, fazerem fortuna com pouco trabalho, ou ao menos fazerem fortuna.
Depois que o fenômeno imigratório cessou, os imigrantes tiveram inúmeros resultados para não voltarem, mesmo depois da estabilidade econômica na Europa e Japão, pós 1960:
·         Muitos não conseguiram enriquecer como as propagandas afirmavam. Mantinha-se a intenção de “fazer a América”;
·         Outros, ao contrário, enriqueceram ou se estabeleceram muito bem no país, não havendo motivos para volatrem para seus países de origem, correndo risco de ficarem pobres de novo;
·         Um outro grupo se estabeleceu no país, casando-se  aqui e constituindo família, além de perderem o contato com seus parentes de sua terra natal;
·         E havia o grupo de imigrantes que, ou achavam que o Brasil era um país melhor que o seu próprio; ou achavam que o seu país era muito ruim e, mesmo achando que o Brasil não era ótimo, ainda era melhor que a pátria mãe.

"ESTABELECIDO" E "OUTSIDERS"

NORBERT ELIAS, um dos sociólogos de maior destaque no século XX, nasceu em Breslau em 1897 e morreu em Amsterdã em 1990. Formado pelas universidades de Breslau e Heidelberg, lecionou na Universidade de Leicester (1945-62) e foi professor visitante na Alemanha, Holanda e Gana. No livro "ESTABELECIDO" E "OUTSIDERS" ele investiga o dia a dia de um pequeno povoado inglês chamado Winston Parva (nome fictício).  O título do livro nos dá uma ideia precisa de seu conteúdo. Trata-se de ver como o grupo "estabelecido" na aldeia havia mais tempo se relacionava com o grupo dos que chegaram mais tarde e eram vistos pelos antigos moradores do lugar como "outsiders", isto é, como gente de fora e, por essa razão, sem direitos de plena cidadania na vida local. Os dois segmentos viviam às turras, cada um sentindo-se e julgando-se diferente do outro. O segmento "estabelecido" contava já três gerações de ascendentes e se julgava senhor de direitos especiais. Tinha dificuldades em aceitar o segundo grupo que chegara à região em uma fase recente da industrialização. Mesmo após um bom número de anos esse grupo continuava sendo visto e tratado pelos primeiros -- os "da terra" -- como sendo estrangeiro e intruso. Como resultado desse tipo de atitudes preconceituosas existia no lugarejo desigualdades marcantes que de modo algum podiam ser atribuídas aos indicadores que a sociologia costuma usar para explicar as desigualdades e as disputas entre grupos e indivíduos. Sergio Micelli[2], sociólogo da USP, faz um bom resumo do que acontecia ao dizer que "embora Winston Parva fosse uma comunidade relativamente homogênea segundo indicadores sociológicos correntes – renda, educação, ocupação, religião, língua e nacionalidade, ascendência "étnica" ou "racial"—sua população estava cindida entre, de um lado, o grupo residente no bairro denominado "aldeia", que se enxergava e era reconhecido pelos demais como o ‘establishment’ local e, de outro, as famílias moradoras no relegado "loteamento", que se viam e eram considerados como‘outsiders’ (forasteiros). A despeito de serem uns e outros trabalhadores, portanto pertencentes à mesma classe social, os primeiros justificavam sua "superioridade" e poder com base num princípio de antigüidade, pois estavam aí instalados havia duas ou três gerações, enquanto os demais eram recém-chegados à comunidade". De suas numerosas observações, os autores concluíram que em grupos sociais muito próximos e homogêneos, como é o caso dos dois estudados, se criam diferenças, largamente idealizadas, que os dividem internamente e os colocam em luta pelo controle social, gerando, no plano das relações, estereótipos e preconceitos sociais recíprocos. Por mais que sejam "iguais", quando vistos desde os critérios da sociologia mais clássica funcionalista ou dialética, eles não logram explicar de maneira satisfatória o que acontece no plano das imagens sociais que modelam as reais relações de dominação/subordinação que se fundam de fato nas representações, crenças e valores que cada grupo julga possuir, diferentemente do outro, sentido como de nível inferior.



MUDANÇAS CULTURAIS E ACULTURAÇÃO
A mudança cultural ocorre quando acontece qualquer tipo de alteração na cultura. Essa mudança pode ser pequena ou de grandes proporções, alterando toda uma cultura, como por exemplo acontece há tempos em várias regiões da África.Pode ser aceita facilmente ou por resistência.
As mudanças podem ocorrer por vários motivos, dentre eles, contato com outros povos, tecnologia, intempéries da natureza. No Brasil, com a chegada dos portugueses, os povos indígenas que aqui viviam viram sua cultura ser modificada; as tribos que não foram exterminadas viram parte de sua cultura perder suas qualidades distintivas.
Os jesuítas que vieram para o Brasil com o objetivo de catequisar e integrar os indígenas à cultura do branco, impunham aos povos indígenas a aceitação da fé cristã, para que deixassem de lado os deuses da natureza em que acreditavam.Os jesuítas pretendiam, com isso, integrar os indígenas à cultura branca, descaracterizando-os.
Os povos africanos escravizados, que também possuiam sua cultura bem distinta da dos europeus, sofreram  esta imposição cultural além de todo o sofrimento a que foram expostos, e parte de sua cultura foi descaracterizada.
Quando aqui chegavam, os escravos africanos eram obrigados a abandonar a maior parte de seus costumes e a adotar outros, que eram impostos por seus donos, passando por um processo denominado por alguns estudiosos “desafricanização”.Com isso, a cultura dos escravos foi bastante descaracterizada, e muitos dos seus hábitos foram também incorporados aos brasileiros, o sincretismo religioso é um dos resultados disso, podemos ver na religião conhecida como Umbanda..
Da-se o nome de aculturação às mudanças culturais que ocorrem quando duas culturas diferentes entram em contato.Ou seja, é o processo de interação que ocorre entre duas ou mais culturas, quando uma cultura, ou ambas, absorve os traços de outra ou de outras, e os incorpora como parte integrante da sua, adaptando-os à sua realidade.


0 comentários:

Postar um comentário

Lorem

Please note: Delete this widget in your dashboard. This is just a widget example.

Ipsum

Please note: Delete this widget in your dashboard. This is just a widget example.

Dolor

Please note: Delete this widget in your dashboard. This is just a widget example.