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Resumo filosofia 3ª série - 2º bimestre

terça-feira, 24 de maio de 2016

Filosofia e Religião (Mito)
Conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico surge da relação do homem com seu dia-a-dia, porém preocupa-se com respostas e especulações destas relações. Não é um conhecimento estático, ao contrário sempre está em transformação. Considera seus estudos de modo reflexivo e crítico. É um estudo racional, porém não há uma preocupação de verificação.
O conhecimento filosófico é racional. Baseia-se na especulação em torno do real, tendo como objeto a busca da verdade. Por isso, diz-se que é uma atitude. Ele é sistemático, mas não experimental. Vai à raiz das coisas e é produzido segundo o rigor lógico que a razão exige de um conhecimento que se quer buscando a verdade do existente.

Conhecimento mítico-teológico
O conhecimento teológico preocupa-se com verdades absolutas, verdades que só a fé pode explicar. O sagrado é explicado por si só. Não há importância a verificação. Acredita-se que o conhecimento é explicado pela religião. Tudo parte do religioso, os valores religiosos são incontestáveis.
É o conhecimento revelado, não tem objeto, não tem método, não tem hipótese, não tem comprovação da experiência. O princípio existente é a fé.
Esse é o conhecimento teológico. Resposta para tudo, se verdadeira ou falsa, não importa. É o absoluto.

O homem como ser político
A origem etimológica da palavra localiza--se no grego antigo e traz polittique e politikós sugerindo arte de governar a cidade e aquele que é da cidade.
Segundo Aristóteles, o homem é um ser político por natureza, pois as primeiras comunidades e a cidade são fatos da natureza humana. Os homens que por natureza não fazem parte de uma comunidade ou cidade não são homens: são deuses ou degradados.
Todos os homens, todos os seres que se definem como homens pertencem a uma comunidade, possuem o dom da palavra e não se bastam a si mesmos, sempre necessitando de outros homens. Essas características o tornam um ser político, isto é, um ser que não existe isolado, que convive e se faz entre outros homens, precisando saber conviver entre outros homens.

Desigualdade segundo Platão

Texto p.22-23 Platão e a justa desigualdade: o mito dos nascidos na terra
Quanto ao mito, é interessante destacar que, apesar de afirmar que o lugar social destinado a cada pessoa é, de certo modo, determinado pelos deuses, o que tornaria esse lugar legítimo e inquestionável, ele também reconhece a possibilidade de exceções: “mas, às vezes, do ouro seria gerado um filho de prata e, da prata, um de ouro, e assim com todas as combinações de um metal com outro” . Se,portanto, dentre os artesãos ou lavradores surgir uma criança com alma de ouro ou prata, o deus ordena que esta seja elevada à categoria de soldado ou governante, para o bem da cidade. Há, portanto, a admissão de certa mobilidade social, ainda que como exceção, o que, de resto, contribui para dar credibilidade à regra.


Texto p.25-26 Platão e a teoria da alma
No que se refere ao conceito de justiça, Platão a entende como medida justa, ou seja,cada classe desempenhando a função para a qual está qualificada por sua natureza intrínseca. Daí a ideia de justa desigualdade, expressa no título.
A teoria das três almas vem complementar a discussão feita pelo autor sobre o papel de cada classe social na constituição da cidade justa.
Com efeito, Platão traça um paralelo entre o homem concebido individualmente (com as três partes de sua alma) e a cidade, composta de três classes sociais. Assim como o homem justo é aquele que tem as partes da alma em equilíbrio e harmonia, graças ao comando da razão, assim também a cidade justa, harmoniosa e próspera é aquela em que cada classe cumpre com afinco sua função, sob o comando dos magistrados. Tal concepção, sem dúvida, contribui para legitimar a estrutura social pensada por Platão como ideal e na qual o governante governa com sabedoria, os militares cuidam da defesa com coragem e os produtores exercem a temperança na produção da subsistência da cidade.

Desigualdade segundo Rousseau

p.31-32 Texto1 Desigualdade natural e desigualdade social
Importa destacar neste texto as duas espécies de desigualdade definidas por Rousseau e suas considerações quanto aos procedimentos metodológicos que adota. No primeiro caso, distingue desigualdade natural de desigualdade convencional, esclarecendo que é desta última que irá tratar na obra em questão. No segundo, explica que utilizará raciocínios hipotéticos e condicionais e que, por isso, suas conclusões não podem ser tomadas como verdades históricas. Acreditamos que essa informação é importante para que os alunos evitem justamente tomá-las como tais e também para que entrem em contato com esse tipo de raciocínio (hipotético e condicional) empregado pelo autor.


p 37-39 Texto 2 O homem no estado de natureza.
Nele, ao descrever esse homem, Rousseau apresenta suas características físicas e morais. Em ambos os casos, o homem primitivo era melhor que o homem civilizado. Rousseau distingue, também, duas características inatas e inerentes à natureza humana: a perfectibilidade e a piedade.
A primeira é a capacidade do homem para se aperfeiçoar, o que constitui um dos atributos a diferenciá-lo dos animais. Além disso, a perfectibilidade é a grande responsável por retirar o homem do estado de natureza, permitindo que se instaurasse a desordem e a guerra.
A segunda consiste na “repugnância inata de ver sofrer o seu semelhante”. Dessa ideia de piedade inata decorre a tese do bom selvagem atribuída a Rousseau. Consideramos pertinente
e relevante inserir também, ainda que em nota, a distinção feita pelo autor entre “amor de si” (inato e voltado para a preservação da vida) e “amor-próprio” (socialmente adquirido e origem de muitos males) por entender que ela pode inspirar a reflexão crítica sobre os valores que predominam na sociedade atual.


p41- 43 Texto 3. A propriedade privada como origem da desigualdade social
0 texto visa esclarecer a perspectiva de Rousseau acerca da origem da desigualdade, que ele localiza no surgimento da propriedade privada. Rompida a igualdade original, instaura-se a desordem e o estado de guerra, o qual se torna muito mais oneroso para os ricos que têm muito mais a perder que os pobres. Daí a instituição do Estado e das leis que, sobretudo durante o Antigo Regime, cumpriam a função de proteger os interesses dos ricos e impor entraves aos pobres.



p.45-46 Texto 4 O contrato social e a igualdade formal
o próprio Rousseau se coloca um problema: como conciliar a obediência a uma associação, a um contrato, às leis, com a liberdade dos indivíduos? A resposta, para ele, está na alienação total e na submissão de todos à vontade geral. Como todos participam dessa vontade geral, a obediência a ela significa, em última instância, obediência a si mesmo, de modo que a liberdade fica preservada.
Parece-nos particularmente interessante explorar os conceitos de liberdade natural (fazer tudo o que se quer) e liberdade civil ou moral, limitada pela vontade geral. Isso porque, para Rousseau, ao contrário do que muitos pensam, principalmente, talvez, os adolescentes, essa liberdade moral é, no estado atual da humanidade, a única capaz de tornar o homem verdadeiramente senhor de si mesmo. Afinal, quem busca fazer tudo o que deseja torna-se escravo dos próprios apetites, ao passo que aquele que se submete à lei que ele também ajudou a instituir exerce a liberdade. Desse modo, por meio das leis entendidas como fruto da vontade geral, Rousseau soluciona o problema da desigualdade, instituindo uma igualdade formal, jurídica (perante a lei) em substituição à desigualdade perdida do estado de natureza.

resumo filosofia 2ª série - 2º bimestre

O individuo possessivo e o direito natural

Locke entendia que, para compreender o poder político, fazia-se muito importante uma reflexão que procurasse responder ao que teria levado os homens a sair do estado de natureza e passar a viver em sociedade com a organização de governos e leis para regular suas relações.
De acordo com sua filosofia, todos os homens nasciam com três direitos: liberdade, igualdade e garantia de vida. No estado de natureza eram livres, porque não precisavam pedir permissão ou depender da vontade de outro homem; eram iguais, pois nenhum possuía nada a mais que outro, recebendo todos as mesmas vantagens da natureza e as mesmas faculdades. A garantia de vida era dada por uma lei própria do estado de natureza, segundo a qual, por serem iguais e independentes, os homens não deveriam prejudicar uns aos outros e poderiam punir quem viesse a ameaçar a vida deles.
No estado de natureza, para Locke, os homens vivem situação de paz. Porém, ele entende que esse estado de paz é ameaçado quando um homem coloca outrem sob seu poder e o submete à sua vontade. Rompe-se, assim, o estado de natureza e instala-se o estado de guerra. Para recuperar o estado de paz, é necessário que os homens se unam em um contrato por meio do qual evitem os inconvenientes do estado de guerra.
Nesse contrato, os homens concordaram que, para evitar que eles fossem usurpados, deveriam eleger um governo, ao qual caberia defendê-los. Assim, todos deveriam respeitar a vida, a propriedade e a liberdade, e o governo ou Estado seria responsável pela manutenção da paz. O governo deveria lutar contra quem quer que tentasse desrespeitar a condição natural de igualdade e liberdade. A partir disso, para Locke, começou a civilização.
Mas se cada um é livre, tem o direito à propriedade e à defesa da própria vida, como nós não acabamos em uma situação de guerra de todos contra todos? Caso um homem não tenha o que ele precisa, o que o impede de tomar de outro o que lhe falta? Por que tenho de respeitar a liberdade do outro?
Para aprofundarmos ainda mais as questões, é importante diferenciar o Direito Natural do Direito Positivo. O Direito Natural seria uma derivação da razão correta – assim como a natureza tem suas leis, o homem também teria, por natureza, as suas. Já o Direito Positivo seria o conjunto de leis que os homens criam para conviver em sociedade.
Em Locke, a liberdade, a propriedade e a vida são constitutivos do Direito Natural de cada indivíduo. No entanto, para mantê-lo, o homem precisa conviver com outros que têm o mesmo Direito Natural; então, para que o convívio seja possível, os homens necessitam produzir leis positivas – no sentido de inventadas – para manutenção desses mesmos direitos naturais. Assim, a partir do Direito Natural de cada um, cria-se o Direito Positivo a que todos têm de obedecer.
Na filosofia de John Locke, há a valorização do indivíduo como agente histórico e jurídico. Por isso, toda ação depende necessariamente do indivíduo. O tipo de governo que ele deixa existir, o tipo de relações sociais sob as quais viverá; enfim, sua felicidade ou tristeza não compete mais ao governo, mas somente ao indivíduo.

O individuo para o utilitarismo

Para o utilitarismo, o homem é um ser que só é livre quando se desenvolve intelectualmente e é capaz de fazer escolhas morais, diferentemente dos preceitos de Locke, que afirmava a liberdade do homem a partir da natureza. Também não é por um contrato original que o homem passaria a desenvolver a civilização.
Primeiro, porque esse contrato não pode ser provado historicamente e segundo porque, para se firmar o contrato, todos teriam certa igualdade. Para Locke, os ricos se tornaram ricos em função do exercício moral da liberdade. A riqueza era, assim, uma recompensa do bom uso da liberdade, sem dano aos outros. Se pensarmos historicamente, isso não é uma verdade, pois sabemos que o processo de enriquecimento está atrelado ao processo de subordinação e empobrecimento do outro.
Para o utilitarismo, o homem é um ser que necessita vivenciar seus desejos e, com isso, vivenciar o prazer, o fim último de todos os seres vivos. Ele é um ser passional, não apenasracional ou natural. Para ajudar o homem, os utilitaristas pensaram em criar uma ciência moral tão exata quanto a Matemática, até mesmo para dar conta de um de seus problemas fundamentais, qual seja: como alcançar o prazer, sem produzir dor?
De fato, quando se considera o prazer como finalidade ética, temos aquilo que se chama hedonismo. No entanto, o hedonismo utilitarista está fundamentalmente preocupado com a vida em sociedade. Portanto, a noção de prazer e dor deve ser compartilhada, surgindo dessa partilha a verdadeira moral.
Para J. Bentham, prazer e utilidade são compatíveis, sendo que a utilidade depende da relação social. Devo sempre procurar as conseqüências sociais dos meus prazeres.
Para Stuart Mill, na obra Sobre a liberdade, em que encontramos uma noção do indivíduo segundo o utilitarismo; a diferença social degrada tanto os ricos como os pobres. Por isso, a igualdade deve ser buscada. Ela será mais útil na produção de prazeres. As relações de subordinação não são bem-vindas, como patrão e empregado, homem e mulher, rico e pobre etc. Outra ideia importante de Mill deriva da necessidade de coexistir pacificamente, pois, ao pagar,
o patrão perde e, ao trabalhar, é o empregado quem perde, criando-se, portanto, uma tensão.
Para evitá-la, seria fundamental que não houvesse nenhuma divisão social.

Como nós nos tornamos indivíduos
Em geral, podemos dizer que o indivíduo tem duas dimensões: ser membro de uma sociedade qualquer (como uma formiga em um formigueiro) e, em sentido moral, um ser independente e autônomo. Portanto, quando falamos de indivíduo, pensamos em um ser da espécie humana com autonomia e independência.
Para entendermos usaremos o a teoria do filosofo Paul Ricoeur. A primeira preocupação de Ricoeur é como, de modo geral, nos individualizamos. Como dizemos, por exemplo, que determinado: como um homem pode dizer que faz parte da espécie humana, mesmo considerando as diferenças?
O ponto de partida de Ricoeur é a linguagem, pois é por meio dela que nós pensamos e dizemos o mundo. Esse ato de dizer o mundo só é possível pela interpretação, sendo a linguagem a manifestação da interpretação do mundo.
A ipseidade é a fala que usamos para dizer o que pertence apenas ao indivíduo, à sua singularidade. Aquilo que, entre vários de uma espécie, diferencia um só. Somos seres que nos caracterizamos por instituir o mundo pela linguagem. Ademais, ela nos proporciona o que somos; seres que fazem uso desta mesma linguagem para se expressar, interpretar e ouvir. Isso significa dizer que a linguagem nos proporciona o que somos e o que o mundo é. Mas será que a linguagem é capaz de não apenas dizer o que somos, mas quem é? Essa problemática do quem é fundamental, na medida em que a resposta a essa questão traz a possibilidade da instituição do “eu” como si mesmo – idêntico somente a si, diferente de todos da sua espécie.
Para sabermos quem é este “eu”, precisamos é narrá-lo. Ao narrar, somos obrigados a dizer a ação desse sujeito até o ponto de criarmos “intrigas” ou entrelaçamento de vivências, ao máximo que nossa linguagem pode suportar. Somos mais densos conforme se aprofunda nossa linguagem e conforme nossas narrativas de nós mesmos melhoram. Nós somos a nossa história. O uso da linguagem produz a constituição do “eu”. Nossas palavras e sentidos estão recheados das mais diversas ideologias.
Nessa fusão quase sempre imperceptível, essas ideologias também nos instituem e nos configuram, atuando em nossa própria narrativa. Se aprendermos desde criança palavras de discriminação, nossa leitura de nós mesmos pode estar profundamente constituída por esses preconceitos. Por isso, podemos partir de uma situação de narrativa de nós mesmos para outra, na tentativa ética de superarmos as injustiças e a exclusão do outro. Podemos, sempre, perguntar a nós mesmos, o que dizer da sua história? Ela é honestamente bonita?
Para Ricoeur, a ideologia individualista propõe pensarmos que, independentemente dos outros, somos agentes éticos capazes de moldar a sociedade. Ao contrário, quando fazemos a promessa de sermos melhores, instituímos quem faz e quem ouve a promessa. Configurou-se o eu e o outro de mim, que agora é o tu-você. Depois, este que ouviu tem o direito de cobrar a promessa feita. Ao mantermos nossa promessa, estabelecemos um laço de confiança e de cooperação. Nossa narrativa nos configura, mas não o faz sem configurar o outro. O dever ético não se dá apenas sobre o indivíduo, mas sobre a relação com o outro.

Ética e psicanálise
Para o estudo da ética, a descoberta do inconsciente traz consequências graves tanto para as ideias de consciência responsável e vontade livre quanto para os valores morais.
A teoria de Freud, a psicanálise revela que somos nossos impulsos e desejos inconscientes e se estes desconhecem barreiras e limites para a busca da satisfação e, sobretudo, se conseguem a satisfação burlando e enganando a consciência, como, manter, por exemplo, a ideia de vontade livre que age por dever? Como falar em autonomia moral, se o dever, os valores e os fins são impostos ao sujeito por uma razão oposta ao inconsciente e, portanto, oposta ao nosso ser real? A razão não seria uma ficção e um poder repressivo externo incompatível com a definição da autonomia?
A psicanálise mostra que somos resultado e expressão de nossa história de vida, marcada pela sexualidade insatisfeita, que busca satisfações imaginárias sem jamais poder satisfazer-se plenamente. Não somos autores nem senhores de nossa história, mas efeitos dela. Mostra-nos também que nossos atos são realizações inconscientes de motivações sexuais que desconhecemos e que repetimos vida afora. Do ponto de vista do inconsciente, mentir, matar, roubar, seduzir, destruir, temer, ambicionar são simplesmente amorais, pois o inconsciente desconhece valores morais.
A psicanálise encontra duas instâncias ou duas faces antagônicas no inconsciente: o id ou libido sexual, em busca da satisfação e prazer, e o superego ou censura moral, interiorizada pelo sujeito, que absorve os valores de sua sociedade e censura o que devemos fazer. A batalha interior só pode ser decidida em nosso proveito por uma terceira instância: a consciência, ou seja, o ego.
A psicanálise mostrou que uma das fontes dos sofrimentos psíquicos, causa de doenças e de perturbações mentais e físicas, é o rigor excessivo do superego, ou seja, de uma moralidade rígida, que produz um ideal do ego (valores e fins éticos) irrealizável, torturando psiquicamente aqueles que não conseguem alcançá-lo, por terem sido educados na crença de que esse ideal seria realizável.
A ética só pode ser conquistada através do equilíbrio entre o superego e o id. Em suma, sem a repressão da sexualidade, não há sociedade nem ética, mas a excessiva repressão da sexualidade destruirá a ética e depois a sociedade.


Vigiar e punir
Michel Foucault (Poitiers, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de 1984) foi um importante filósofo e professor da cátedra de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France desde 1970 a 1984. Todo o seu trabalho foi desenvolvido em uma arqueologia do saber filosófico, da experiência literária e da análise do discurso. Seu trabalho também se concentrou sobre a relação entre poder e governamentalidade, e das práticas de subjetivação.
A punição e a vigilância são poderes destinados a educar (adestrar) as pessoas para que essas cumpram normas, leis e exercícios de acordo com a vontade de quem detêm o poder. A vigilância é uma maneira de se observar à pessoa, se esta está realmente cumprindo com todos seus deveres – é um poder que atinge os corpos dos indivíduos, seus gestos, seus discursos, suas atividades, sua aprendizagem, sua vida cotidiana. A vigilância tem como função evitar que algo contrário ao poder aconteça e busca regulamentar a vida das pessoas para que estas exerçam suas atividades. Já a punição é o meio encontrado pelo poder para tentar corrigir as pessoas que infligem as regras ditadas pelo poder e ela também é o meio ilidir que essas pessoas cometam condutas puníveis (através da punição as pessoas terão receio de cometer algo contrário às normas do poder).

A vigilância e a punição podem ser encontradas em várias entidades estatais, como hospitais, prisões e escolas. Foi criado até um sistema chamado panóptico para facilitar nessa vigilância, nesse sistema haveria uma torre central a qual
avistaria, vigiaria todos de uma só vez que estão a sua volta já que essa
estrutura a volta da torre central era circular.

“O panótico de Jeremy Bentham é uma composição arquitetônica de cunho coercitivo e disciplinatório: possui o formato de um anel onde fica a construção à periferia, dividida em celas tendo ao centro uma torre com duas vastas janelas que se abrem ao seu interior e outra única para o exterior permitindo que a luz atravesse a cela de lado...” (Michel Foucault - Micro-Física do Poder)

A relação entre vigiar e punir está no fato de que com ela seria possível “adestrar” as pessoas para que estas exercessem suas tarefas como bons cidadãos, evitar o
máximo que as pessoas infringissem as normas estabelecidas pelo poder, estas ideias podem ser retiradas do livro “VIGIAR E PUNIR”.

Segundo Foucault para economia do poder seria mais rentável e mais eficaz vigiar do que punir. Isso pode ser facilmente observado se pegarmos o panoptismo como exemplo, pois é muito mais barato vigiarmos as pessoas para que estas não infrinjam as leis, do que posteriormente puni-las, pois na punição terá que ser gasto muito dinheiro para que a pessoa que infringiu a lei seja resociabilizada (reeducado). Além disso, com o sistema panóptico a vigilância fica ainda mais fácil, já que é possível vigiar várias pessoas ao mesmo tempo e com a punição para que esta alcance mesmo seu objetivo ela tem que ser aplicada de maneira individual – pois cada um tem uma maneira diferente de serem reeducado e resociabilizado. Ainda podemos dizer que a vigilância ganhou espaço na economia do poder, pois é muito mais fácil vigiar as pessoas para ver se estas estão mesmo cumprindo suas funções, e com o panoptismo isso fica ainda mais fácil principalmente nas entidades como nos hospitais e nas escolas, do que vir a puni-las caso cometam alg

Resumo filosofia 1ª série - 2º bimestre

O conhecimento

O conhecimento está diretamente ligado ao homem, à sua realidade. O conhecimento pretende idealizar o bem estar do ser humano, logo o conhecimento advém das relações do homem com o meio. O indivíduo procura entender o meio partindo dos pressupostos de interação do homem com os objetivos. É uma forma de explicar os fenômenos das relações, seja, entre sujeito/objeto, homem/razão, homem/desejo ou homem/realidade. A forma de explicar e entender o conhecimento passa por várias vertentes como: conhecimento empírico (vulgar ou senso comum), conhecimento filosófico, conhecimento mítico-teológico, o conhecimento estético e o conhecimento científico.

Tipos de Conhecimento:

a)Conhecimento Cientifico
O conhecimento científico precisa ser provado. O conhecimento surge da dúvida e comprovado concretamente, gerando leis válidas. É passível de verificação e investigação, então acaba encontrando respostas aos fenômenos que norteiam o ser humano. Usa os métodos para encontrar respostas através de leis comprobatórias, as quais regem a relação do sujeito com a realidade.
Ele possui :
 Objeto definido;
 Método lógico;
 Hipótese : resposta plausível, possível.
 Experimentações que verificam se as hipóteses são corretas.
O conhecimento científico difere dos outros tipos de conhecimento por ter toda uma fundamentação e metodologias a serem seguidas, além de se basear em informações classificadas, submetidas à verificação, que oferecem explicações plausíveis a respeito do objeto ou evento em questão.

b)Conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico surge da relação do homem com seu dia-a-dia, porém preocupa-se com respostas e especulações destas relações. Não é um conhecimento estático, ao contrário sempre está em transformação. Considera seus estudos de modo reflexivo e crítico. É um estudo racional, porém não há uma preocupação de verificação.
O conhecimento filosófico é racional. Baseia-se na especulação em torno do real, tendo como objeto a busca da verdade. Por isso, diz-se que é uma atitude. Ele é sistemático, mas não experimental. Vai à raiz das coisas e é produzido segundo o rigor lógico que a razão exige de um conhecimento que se quer buscando a verdade do existente.

c) Senso Comum ou Conhecimento vulgar – Conhecimento popular

O conhecimento empírico surge da relação do ser com o mundo. Todo ser humano apodera-se gradativamente deste conhecimento, ao passo que lida com sua realidade diária. Não há uma preocupação direta com o ato reflexivo, ocorre espontaneamente. É um conhecimento do tipo abrangente dentro da realidade humana. Não está calcada em investigações.
Se o "bom senso", apesar de sua aspiração à racionalidade e objetivo, só consegue atingir essa condição de forma muito limitada, pode-se dizer que o conhecimento vulgar, popular, é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres humanos.
"É o saber que preenche a nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado ou estudado, sem a aplicação de um método e sem se haver refletido sobre algo". (Babini, 1957:21).

d) Conhecimento estético
É o conhecimento proveniente do uso das artes. (Música, cultura, desenho, etc). Explique se tudo através da sensibilidade do artista, se modo particular sentir a realidade a sua volta é a verdade buscada pelo artista.

e) Conhecimento mítico-teológico
O conhecimento teológico preocupa-se com verdades absolutas, verdades que só a fé pode explicar. O sagrado é explicado por si só. Não há importância a verificação. Acredita-se que o conhecimento é explicado pela religião. Tudo parte do religioso, os valores religiosos são incontestáveis.
É o conhecimento revelado, não tem objeto, não tem método, não tem hipótese, não tem comprovação da experiência. O princípio existente é a fé.
Esse é o conhecimento teológico. Resposta para tudo, se verdadeira ou falsa, não importa. É o absoluto.

UMA VISÃO CRITICA DA CIÊNCIA
TEXTO 1: o problema da indução
Sabemos que a ciência é, sem dúvida, uma atividade racional e, por isso, se vale das regras da lógica para fundamentar seus conhecimentos. No entanto, a indução não parte das regras lógicas para se legitimar. Ela parte da experiência. A experiência pode parecer racional, mas não é, pois está envolvida com os sentidos, e não com o raciocínio. 
O que aconteceria se a lei ou a teoria falhassem? Nada na natureza tem o dever de seguir nossas leis científicas. As leis da natureza são as interpretações que fazemos dela. Cada princípio científico pode ser contrariado pela natureza porque não é fundamentado pela razão, mas pela experiência. Nós prevemos, como se fosse um hábito psicológico.
Por isso, quando pensamos que a ciência é uma garantia da verdade, estamos tendo uma visão não crítica da ciência. 
Dois outros que precisamos discutir a respeito da indução, como fundamento da ciência, a saber:
 a observação como fonte objetiva;
 a relação teoria-experiência.
Afirma-se, constantemente, que da observação das experiências tiramos os conhecimentos.
Mas será que cada um de nós observa da mesma maneira? Será que nossa visão, audição, paladar, tato e olfato são iguais aos dos outros seres humanos? Não são, pois as pessoas podem observar uma mesma situação de formas diferentes (David Hume, 1711- 1776 foi um filósofo e historiador britânico).
A observação tem problemas por si só em relação à objetividade da ciência, havendo também problema com a crença de que dela derivam todas as teorias. Quando o cientista faz uma experiência, seria muito difícil acreditar que ele faça suas descobertas partindo do nada. Ele tem muitas teorias anteriores à experiência, e algumas vezes é com base nelas que ele produz a própria experiência a ser observada. Isso aparece principalmente quando, durante a observação, o cientista usa o vocabulário de uma teoria para expressar sua percepção. Por exemplo, para explicar a experiência de um livro que foi solto no solo, em sua observação, um físico poderia dizer que a força gravitacional da massa do planeta Terra é que atraiu para ele, segundo sua distância, a massa do livro. Onde está a palavra força no ato de soltar um livro? E atração? Todas essas palavras estão na mente do cientista antes da experiência (Russel, seculo XX, Inglaterra).

TEXTO 2 : O falsificacionismo
Depois de termos visto alguns problemas sobre a indução, vamos estudar agora alguns filósofos que reconheceram a importância da atividade científica. Mesmo admitindo que ela não é capaz de dar todas as respostas e entendendo-a como baseada na indução, acreditamos que, ainda assim, a ciência oferece as melhores respostas disponíveis.
Para os falsificacionistas – entre os quais Karl Popper é um dos mais importantes –, o valor de um conhecimento científico não vem da observação de experiências, mas da possibilidade de a teoria ser contrariada, ou melhor, falseada. Com a ideia de que a teoria precede a experiência, os falsificacionistas admitem que toda explicação científica é hipotética; no entanto, é o melhor que temos. Quanto mais uma teoria pode ser falseada, melhor seria ela. Por exemplo, ignorando a pressão atmosférica e outros fatores, se dissermos que “a água ferve a 100 graus Celsius”, qual a contradição possível, ou melhor, o que tornaria falsa essa afirmação? A resposta seria: ao chegar a 100 graus Celsius, a água não ferveria, ou ferveria antes.
No momento em que uma teoria é falseada, o cientista tentará melhorá-la ou a abandonará. Mas enquanto ela não é falseada, permanece o seu valor explicativo. O fundamental é que tenhamos em mente o seu limite. 
Critérios para uma boa teoria
 Tem de ser clara e precisa, não podendo ser obscura ou deixar margem para várias interpretações.Quanto mais específica, melhor.
 Deve permitir a falsificabilidade; quanto mais, melhor.
 Deve ser ousada, para conseguir progredir em busca de um conhecimento mais aprofundado sobre a realidade.
Teorias que não podem ser falseadas não são boas teorias. Por exemplo, se disser que “o ladrão rouba”, não se estará dizendo muita coisa sobre o mundo. Apesar de parecer clara, essa afirmação não pode ser falseada; afinal, está contida na palavra ladrão a ideia de que ela qualifica os seres que roubam. Ninguém precisa dizer “o ladrão rouba” para sabermos que ele rouba. É impossível contradizer essa afirmação, pois é completamente irracional pensarmos em um ladrão que não rouba.
Outro exemplo: se dissermos “é possível ter sorte no esporte”, também não diremos muita coisa. Não estamos sendo precisos, pois muitas outras coisas são possíveis no esporte. A própria ideia de que algo é possível permite quase tudo, mas, como medir a sorte ou saber que não foi o acaso? Essa frase serve tanto para perder ou ganhar, não é capaz de ser falseada.
Pode ser a sorte de um time ou de outro; pode ser até mesmo a sorte dos dois, mas nunca deixará de ser sorte de alguém.


TEXTO 3: O progresso da Ciência
Muitos filósofos se interessaram em pensar de forma crítica a Ciência, seus fundamentos, seus limites e seu progresso. Vamos discutir a reflexão de Thomas Kuhn a respeito da Ciência.
Em primeiro lugar, é importante salientar que a ciência é uma atividade racional e humana.
Essa atividade, como muitas outras, é influenciada por problemas humanos de natureza variada, como emocionais, políticos, linguísticos, sociais e religiosos.
Kuhn percebeu que essas influências são inerentes à racionalidade humana e se propôs a pensar a ciência com base nelas e de acordo com a seguinte linha de desenvolvimento: pré-ciência, ciência normal, crise, revolução científica e nova ciência normal.
O conceito mais importante é o de paradigma, que é o modelo da ciência normal.
Durante um tempo, todos os cientistas procuram orientar suas pesquisas com base em um modelo, de maneira a preservar a verdade científica. O que não se encaixar nesse modelo será excluído; será considerado anomalia, mas isso também pode indicar que o cientista não aplicou corretamente o modelo e sua metodologia.
Para Kuhn, o determinante das normas da ciência é o paradigma aceito pelos cientistas.
Mas, por motivos nem sempre racionais, os cientistas mudam de paradigma, após uma crise da ciência normal, o que, em geral, é fundamentado na anomalia, isto é, quando a ciência normal não consegue responder a alguns problemas, como a órbita de Mercúrio para a física newtoniana.
Essa crise se estende até uma revolução científica, quando a maneira de fazer ciência muda completamente. Quando ocorre essa mudança, segundo Kuhn, chega-se a uma nova ciência normal, a partir desse momento praticada de acordo com um novo paradigma. 
Precisamos considerar que a racionalidade científica encontra problemas dentro e fora de seu espaço de ação. Dentro de seu espaço de ação são as anomalias e fora desse espaço são as necessidades humanas da pesquisa científica. As instituições, empresas e governos procuram fazer com que a ciência seja feita em função de seus interesses, não apenas por mera curiosidade.


Mito e Cultura
Texto 4:o Mito e a religiõa
Um mito é uma narrativa que trata de algo sem necessariamente submeter-se às formas lógicas, como nas ciências. Em geral, os mitos estão envolvidos com a religião dos povos e com as crenças das pessoas. 
A palavra religião  vem do verbo latino religare, religar, argumentando que a religião é um laço de piedade que serve para religar os seres humanos a Deus.
Dentro do que se define como religião podem-se encontrar muitas crenças e filosofias diferentes. As diversas religiões do mundo são de facto muito diferentes entre si. Porém ainda assim é possível estabelecer uma característica em comum entre todas elas. É facto que toda religião possui um sistema de crenças no sobrenatural, geralmente envolvendo divindades, deuses e demónios.  As religiões costumam também possuir relatos sobre a origem do Universo, da Terra e do Homem, e o que acontece após a morte. A maior parte crê na vida após a morte.
A ideia de religião com muita frequência contempla a existência de seres superiores que teriam influência ou poder de determinação no destino humano. Esses seres são principalmente deuses, que ficam no topo de um sistema que pode incluir várias categorias: anjos, demônios, elementais, semideuses, etc.

Texto 5: A cultura
Em geral, podemos dizer que a cultura é a ação dos homens com ou sobre a natureza, por meio da objetivação da consciência (Hegel), pelo trabalho em sociedade (Marx), pela instituição de símbolos (Cassirer), por uma lei simbólica (Lévi-Strauss), por meio do contrato social (Rousseau), por meio da educação (Cícero). Em síntese, essa ação produz técnicas, valores, conhecimentos, ideias, religiões, artes e tudo o que circunscreve o mundo humano.
A cultura constrói cada um de nós, o nosso eu, e podemos supor uma divisão em nós: o eu inferior e o eu superior. Nessa ideia, a natureza estaria no eu inferior, como desejo e paixão, e a cultura estaria no eu superior, como vontade e razão. Desse modo, a natureza não estaria apenas em nosso corpo ou em nosso entorno. Ela está no mais íntimo de cada um de nós. Mesmo assim, a natureza não seria capaz de nos saciar, porque não poderíamos viver apenas de desejos e porque, se isso fosse possível, não precisaríamos de cultura.
Por essa ideia de cultura, podemos entender que somos capazes de nos inventar, já que estamos sempre nos fazendo. Assim, por exemplo, uma pessoa culta é aquela pessoa que inventou um ser para si.
Por exemplo, se alguém quiser ser roqueiro, o que deve fazer? No mínimo, deve aprender a escutar rock, conversar com quem entende do assunto, ler sobre ele, aprender a tocar algum instrumento. O indivíduo não nasceu roqueiro; ele se inventou, criou uma forma pessoal de ser. 
Do mesmo modo, qualquer um de nós pode se inventar. Caso não nos inventemos, estaremos determinados pelo mundo que nos rodeia. Podemos ser pessoas pacientes, agradáveis, chatas; enfim, tudo é questão de escolha e atividade cultural. Mas nem sempre se inventar é fácil. Somos uma espécie de planta que precisa ser cultivada por nós mesmos.
Cultura e Estado
Ora, o Estado brasileiro tem o dever de ajudar as pessoas a se formar como cidadãos. É preciso considerar outros campos de atuação estatal que incluem, por exemplo, a regulamentação dos meios de comunicação, as políticas educacionais e os incentivos artísticos e culturais. Do ponto de vista do Estado, a cultura deve ser civilizadora, isto é, deve fazer com que as pessoas se tornem mais sociáveis.
Atividade pagina 23, 24, 25 e 26 
A filosofia da arte
Estética (do grego aisthésis: percepção, sensação) é um ramo da filosofia que tem por objeto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. Ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como as diferentes formas de arte e da técnica artística; a idéia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime, ou da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo.
Arte (Latim Ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores, dando um significado único e diferente para cada obra de arte.
Para Nietzsche, os gregos perceberam que há duas forças diferentes na arte e na vida. Uma ele chamou de apolíneo e a outra de dionisíaco.
Da mesma maneira que uma criança que para chegar ao mundo necessita dos dois sexos, a arte necessita dessas duas forças. Elas nem sempre estão unidas, lutam uma com a outra, porque são muito diferentes.
No entanto, ao observar essa luta e os momentos de reconciliação, pode-se retirar profundos ensinamentos sobre a vida. A luta do dionisíaco e do apolíneo nos revela a própria vida humana, que apresenta sonho, paixão, transformações, festa, prazeres do corpo e do espírito, situações sombrias, necessidade de ordem, lutas.
Apolo é o deus das imagens e das artes plásticas, o impulso do visual. Dionísio é o deus da música, do que é visual e corpóreo, como a dança. Os gregos conseguiram reunir essas duas forças na tragédia grega.
Apolíneo Dionisíaco

 Sonho (homem adormece). 
 Aparência (o homem copia as formas).
 Filosofia (na razão que faz pensar).
 Luz (nada pode ser oculto). 
 Ordem (tudo deve ser harmônico).
 Do individual (se entende como único).  Embriaguez (do vinho e dos prazeres). 
 Da dança (sentir a natureza do corpo).
 Selvagem (viver com a força das paixões).
 Da mutação (não precisar sempre ser o mesmo, o devir).
 Violência (como na natureza).
 Do coletivo (esquecer de si em meio a algo maior, como na alegria da festa, ou da natureza).

Resumo de sociologia 3ª série -2º bimestre


Direitos e deveres

Todos os brasileiros, independente da condição social, cor, etnia ou religião, possuem direitos e deveres. Portanto, os cidadãos, para exercer sua cidadania plena, precisam conhecer, ter consciência da importância e colocar em prática seus direitos (exigindo-os e usufruindo-os) e deveres (exercendo-os). Em resumo, o cidadão exerce a cidadania quando cumpre seus deveres com o Estado e a sociedade e usufrui de seus direitos. 
Direitos e deveres na legislação brasileira
 Os direitos e deveres do cidadão estão previstos na Constituição do Brasil, principalmente no Título II, Capítulo I (Dos direitos e deveres individuais e coletivos). 

Formas de participação popular
Os direitos políticos no Brasil demoraram a se consolidar; embora a República tenha sido proclamada em 1889, o Estado de direito só veio efetivamente se tornar realidade para a sociedade brasileira no final do século XX, com o fim do regime ditatorial militar especificamente com a formação da assembléia constituinte e a promulgação da Constituição Federal de 1988, chamada também de Constituição Cidadã.
É importante lembrar que o sufrágio universal inclusive a sua extensão aos analfabetos e aos jovens a partir de 16 anos, é uma conquista recente, entretanto, a participação política em uma sociedade não se resume apenas ao ato de votar, e sim, vai depender das regras estabelecidas para o funcionamento do Estado e da sociedade de forma organizada. É preciso ter em mente que há formas legítimas e ilegítimas de participação política, no decorrer da história brasileira, essas formas variaram dependendo do tipo de regime (Colônia, Império, República, Ditadura), dos grupos políticos que estavam no poder (oligarquias, Estado Novo, presidentes democraticamente eleitos), e do grau de participação política a que a população tinha direito. O papel dos cidadãos brasileiros na conquista dos seus direitos de cidadania, portanto, está marcada pelo contexto em que elas ocorreram, por exemplo: no Brasil colônia, a experiência da colonização gerou profundas tensões sociais entre grupos diferentes, que entram em conflito pela posse de territórios, pelo direito à exploração de recursos, uso da terra extração de minério (especialmente o ouro). Posteriormente ao período de colonização, no Brasil Império, e, sobretudo durante a República Velha passam a existir movimentos de natureza nitidamente popular, porém deve-se enfatizar que as relações entre Estado e sociedade não se dava em um contexto democrático, ou seja, não havia igualdade na participação das decisões de poder e a exploração e a opressão de determinados grupos sociais geraram enormes tensões sociais, após a Independência do Brasil podem ser identificados vários movimentos que contaram com a participação das camadas mais pobres da população, essas rebeliões tiveram como denominador comum a insatisfação com governos locais e suas decisões.





PRINCIPAIS MOVIMENTOS SOCIAIS DO BRASIL E DO MUNDO
Movimentos sociais
O que é – O conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que tem como objetivo alcançar mudanças sociais por meio do embate político, dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específico. Fazem parte dos movimentos sociais, os movimentos populares, sindicais e a organizações não governamentais (ONGs).
Brasil – Os movimentos sociais brasileiros ganharam mais importância a partir da década de 1960, quando surgiram os primeiros movimentos de luta contra a política vigente, ou seja, a população insatisfeita com as transformações ocorridas tanto no campo econômico e social. Mas, antes, na década de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade.

Movimento operário e sindical
O movimento operário e sindical é um termo que refere-se à organização coletiva de trabalhadores para a defesa de seus próprios interesses, particularmente (mas não apenas) através da implementação de leis específicas para reger as relações de trabalho. Em sentido amplo, abrange o conjunto dos fatos políticos e organizacionais relacionados ao mundo do trabalho e à vida política, social e econômica dos trabalhadores.[1]
Inicialmente surgiu como uma reação às consequências da Revolução Industrial partiam dos artesãos que se viram privados de seus meios originais de trabalho. Revoltados, grupos de artesãos atacavam as fábricas, quebrando as máquinas. Desse mesmo tipo também foi a reação dos operários jogados na miséria pelas primeiras crises de desemprego. Depois de algum tempo, os operários começaram a perceber que o problema não estava nas fábricas, nem nas máquinas em si, mas sim na forma como a burguesia havia organizado os meios de produção. No início do século XIX, na Inglaterra, o movimento dos trabalhadores se fez sentir por meio de demonstrações de massa, como motins e petições. Foi nesse século que os sindicatos surgiram como uma nova força no cenário político.
O  movimento operário no Brasil teve origem, principalmente devido a influência dos imigrantes que vieram morar em nosso país. Como o processo de industrialização ocorreu de forma rápida, as principais autoridades da época não deram muita importância às definições dos direitos dos trabalhadores brasileiros.
Os imigrantes que também faziam parte dos trabalhadores das indústrias brasileiras trouxeram com eles algumas ideias e teorias da Europa que eram colocadas em prática pela classe trabalhadora europeia. Estes imigrantes eram muito influenciados pelos princípios anarquistas e comunistas.
Os discursos convocando os trabalhadores das fábricas começaram, os imigrantes eram bons em seus discursos. Queriam que os operários se unissem em associações, que futuramente seriam determinantes para o surgimento dos primeiros sindicatos.
O Brasil já possuía uma grande quantidade de operários na primeira década do século XX. Essa quantidade chegava a ser de mais de 100 mil trabalhadores, mas a maioria destes se localizava nos maiores centros industriais da época, que eram nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Os principais objetivos daquela época eram reivindicar por melhores salários, jornada de trabalho reduzida e assistência social. Entre os anos de 1903 e 1906 aconteceram algumas greves, estas ainda eram pequenas, mas se espalhavam pelos grandes centro industriais. Faziam parte desses grupos os alfaiates, tecelões, carpinteiros, ferroviários, mineradores e portuários.
A teoria socialista se originou a partir dos pensamentos de Karl Marx (1818 – 1883), essa teoria teve um papel muito importante durante o movimento operário. O primeiro Partido Socialista Brasileiro foi fundado no ano de 1906. Foi a partir desse momento que o movimento passou a ganhar mais força, porém as reivindicações dos operários não surtia efeitos, pois quem controlava a maioria das indústrias da época era o governo, e atender aos pedidos dos operários traria muitos prejuízos ao governo.
O governo não tinha o mínimo interesse em atender as reivindicações dos operários. Com o início dos levantes que ocorreram durante a primeira década do século XX, o governo começou a notar que o movimento estava começando a crescer e criou uma lei para expulsar os estrangeiros que fossem considerados uma ameaça à ordem e segurança nacional.
Com essa nova lei, os operários passaram a se revoltar ainda mais com a situação, e em 1907 aconteceu uma greve geral que tomou conta de São Paulo. Sem nenhuma resposta quanto às reivindicações, em 1917 ocorreu mais outra greve ainda maior que a anterior, também em São Paulo.
As greves aumentavam de proporção cada vez mais, os operários passavam a ocupar as ruas da cidade e a polícia passou a intervir. Durante um confronto entre os operários e a polícia um jovem operário que participava das manifestações foi morto. Esse acontecimento fez com que a classe operária ganhasse ainda mais força.
Após todas as manifestações pelos direitos dos trabalhadores, em 1922, foi oficializada a fundação PCB, Partido Comunista Brasileiro, este partido foi inspirado pelo partido Bolchevique Russo. Junto a oficialização deste partido, os sindicatos passaram a se organizar melhor, ganhando assim, vários associados.

Luta pela terra
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
  O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um movimento político-social brasileiro que busca uma melhor distribuição das terras brasileiras. Esse movimento teve origem no modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente na década de 1970, que priorizava as terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e integração estratégica. Contrariamente a este modelo, o MST busca fundamentalmente a redistribuição das terras improdutivas.
  O MST teve origem no ano de 1984, na cidade de Cascavel, no Paraná, defendendo que a expansão da fronteira agrícola, os megaprojetos - como a construção de grandes barragens - e a mecanização da agricultura seriam formas de eliminar as pequenas e médias unidades de produção agrícola e aumentar a concentração da propriedade da terra.
  Paralelamente, o modelo de reforma agrária adotado pelo regime militar priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remotas, tais como as áreas ao longo da rodovia Transamazônica, com o objetivo de "exportar excedentes populacionais" e favorecer a integração do território, considerada estratégica. Esse modelo, no entender do movimento, era inadequado e eventualmente catastrófico para centenas de famílias, que acabaram abandonadas, isoladas em um ambiente inóspito, condenadas a cultivar terras que se revelaram impróprias para o uso agrícola.
 Nessa época, intensificou-se o êxodo rural, com a migração de mais de 30 milhões de camponeses para as cidades, atraídos pelo desenvolvimento urbano e industrial, durante o chamado "Milagre Econômico". Grande parte desses camponeses ficou desempregado ou subempregado, sobretudo no início dos anos 1980, quando a economia brasileira entrou em crise. Alguns tentaram resistir nas cidades, outros se mobilizaram para voltar ao campo. Desta tensão, movimentos locais e regionais se desenvolveram na luta pela terra.
  Em 1984, apoiados pela Comissão Pastoral da Terra, representantes dos movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores rurais e outras organizações ruralistas reuniram-se em Cascavel, no Paraná, para a realização do Primeiro Encontro Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, fundando o MST.
Comissão Pastoral da Terra (CPT):   A Comissão Pastoral da Terra (CPT) é um órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vinculado à Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz e nascido em 22 de junho de 1975 durante o Encontro de Pastoral da Amazônia, convocado pela CNBB e realizado em Goiânia (GO).  Fundada em plena ditadura militar, como resposta à grave situação dos trabalhadores rurais, posseiros e peões, sobretudo na Amazônia, a CPT teve um importante papel na defesa das pessoas contra a crueldade deste sistema de governo, que só fazia o jogo dos interesses capitalistas nacionais e transnacionais. A CPT também atua junto aos trabalhadores assalariados e boias-frias.





Movimento populares urbano
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST):  O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) é um movimento de caráter social, político e popular organizado em 1997 pelo Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para atuar nas grandes cidades com o objetivo de lutar pela reforma urbana, por um modelo de cidade mais justa e pelo direito à moradia. É uma organização autônoma, com princípios, programa e forma de funcionamento próprios. Além do trabalho organizado de luta por moradia, o MTST mobiliza pessoas em bairros pobres, organizando lutas e propondo soluções para problemas que afligem os bairros periféricos pobres. Defende também uma transformação profunda da forma da sociedade, como única maneira de atender aos interesses dos trabalhadores. Aposta na luta direta, em especial através das ocupações de terrenos urbanos ociosos, orientada no sentido da construção de poder popular.
Movimento Nacional dos Catadores (as) de Materiais Recicláveis (MNCR):   O Movimento Nacional dos Catadores (as) de Materiais Recicláveis (MNCR) é um movimento social que surgiu em meados de 1999 durante o Primeiro Encontro Nacional dos Catadores de Papel, sendo fundado em junho de 2001 durante o Primeiro Congresso Nacional dos Catadores (as) de Materiais Recicláveis em Brasília, e vem organizando os catadores e catadoras de materiais recicláveis por todo o Brasil. Nesse congresso foi lançada a Carta de Brasília, documento que expressa as necessidades do povo que sobrevive da coleta de materiais recicláveis. O principal objetivo desse movimento é valorizar os catadores de materiais recicláveis, bem como inserir os mesmos dentro da sociedade e formar cidadãos para um mundo mais justo e sustentável.
Fórum Social Mundial (FSM):   O fórum Social Mundial é um evento altermundialista organizado por movimentos sociais, ONGs e pela comunidade civil de vários países, com o objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social global, além de discutir e lutar contra o neoliberalismo, o imperialismo e, sobretudo, contra as desigualdades sociais provocadas pela globalização. É caracterizado por ser não governamental e apartidário.
  Nos encontros da FMS objetiva-se promover debates abertos descentralizados, assim como a formulação de propostas que sirvam de alternativas para o padrão econômico e social mundial, a troca de experiências entre os diversos movimentos sociais e a promoção de uma articulação entre pessoas, movimentos e instituições que se opõem ao neoliberalismo.  O primeiro encontro do FMS aconteceu em 2001, na cidade de Porto Alegre (RS). Nesse encontro, quatro grandes temas foram debatidos: a produção de riquezas e a reprodução social; o acesso às riquezas e à sustentabilidade; a afirmação da sociedade civil e dos espaços públicos; e o poder político e a ética na nova sociedade. Esse fórum é uma oposição ao Fórum Econômico Mundial, que ocorre todos os anos em Davos, na Suíça.


Movimento Negro (MN)
  O Movimento Negro (MN) é um movimento social composto por pessoas de diversas origens étnicas, que defendem a igualdade civil entre as pessoas, independentemente de sua ascendência racial. O movimento negro, assim como outros movimentos sociais, é liderado por indivíduos que percebem a relevância da igualdade racial para o desenvolvimento do Brasil.
  O militante negro quase sempre tende a vestir roupas com a expressão 100% negro, ouve rap e/ou pagode, usam cores da bandeira da Jamaica e acredita que a solução de todos os problemas sociais brasileiros virá quando a sociedade deixar de ser racista.

LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros)
A LGBTT é a sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, e é utilizado para identificar todas as orientações sexuais minoritárias e manifestações de identidades de gênero divergentes do sexo designado no nascimento.
  Inicialmente, o termo mais comum era GLS, sendo a representação para gays e lésbicas. Com o crescimento do movimento contra a homofobia e da livre expressão sexual, a sigla foi alterada para GLBS, que foi mudado GLBTS com a inclusão da categoria dos transgêneros.
  O principal objetivo desse movimento é visibilizar a transfobia (discriminação relativa à pessoas transexuais e transgênero) sofrida por pessoas transexuais, particularmente, os travestis. O principal movimento organizado por essa associação é a Parada do Orgulho Gay.



Movimento ambientalista
ambientalismomovimento ecológico ou movimento verde consiste em diferentes correntes de pensamento de um movimento social, que tem na defesa do meio ambiente, sua principal preocupação, demandando medidas de proteção ambiental, tais como medidas de anti-poluição.
O ambientalismo não visa somente os problemas ligados ao meio ambiente, mas também as atitudes a serem tomadas para uma possível diminuição ou até mesmo solução desses problemas.
Considerando-o um movimento social, podem inserir-se neste contexto, todas as instituições, agências, organizações-não-governamentais, políticas, ativistas independentes e outros, cuja atuação tenha por princípio a defesa do meio ambiente seja através de manifestações sociais, projetos para a conservação ecológica etc. O movimento por justiça ambiental considera que os problemas ambientais ligam-se aos sociais.
Um ambientalista é alguém que acredita que o meio ambiente, por ser a fonte de recursos da humanidade, deveria ter sua exploração de forma mais planejada a fim de não esgotar o planeta para as gerações futuras.
Greenpeace:   A Greenpeace é uma organização não governamental de ambiente com sede em Amsterdã, Países Baixos, e com escritórios espalhados em mais de 40 países, que atual internacionalmente em questões relacionadas à preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável, com campanhas dedicadas às áreas de florestas, clima, nuclear, oceanos, engenharia genética, substâncias tóxicas, transgênicos e energia renovável. A organização busca sensibilizar a opinião pública através de atos, publicidades e outros meios. Sua atuação é baseada nos pilares filosófico-morais da desobediência civil e tem como princípio básico, a ação direta.

O MOVIMENTO FEMINISTA
feminismo é um movimento que tem origem no ano de 1848, na convenção dos direitos da mulher em Nova Iorque. Este movimento adquire cunho reivindicatório por ocasião das grandes revoluções. As conquistas da Revolução Francesa, que tinha como lema Igualdade, Liberdade e Fraternidade, são reivindicadas pelas feministas porque elas acreditavam que os direitos sociais e políticos adquiridos a partir das revoluções deveriam se estender a elas enquanto cidadãs. Algumas conquistas podem ser registradas como conseqüência da participação da mulher nesta revolução, um exemplo é o divórcio.
Os movimentos feministas são, sobretudo, movimentos políticos cuja meta é conquistar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, isto é, garantir a participação da mulher na sociedade de forma equivalente à dos homens. Além disso, os movimentos feministas são movimentos intelectuais e teóricos que procuram desnaturalizar a idéia de que há uma diferença entre os gêneros. No que se refere aos seus direitos, não deve haver diferenciação entre os sexos. No entanto, a diferenciação dos gêneros é naturalizada em praticamente todas as culturas humanas.
Houve momentos na história da humanidade, como na Idade Média, em que a mulher tinha direitos mais abrangentes como acesso total à profissão e à propriedade além de chefiar a família. Estes espaços se fecharam com o advento do capitalismo. De modo geral, quase sempre houve hegemoniamasculina nos diferentes espaços públicos e da mulher no espaço doméstico.
A luta dos movimentos feministas não se esgota na equalização das condições de trabalho entre homens e mulheres. Trata-se de modificar a concepção, naturalizada, de que a mulher é mais “frágil” que o homem.
O movimento feminista se fortifica por ocasião da Revolução Industrial, quando a mulher assume postos de trabalho e é explorada pelo fato de que assume uma tripla jornada de trabalho, dentro e fora de casa.
Na década de 1960, a publicação do livro O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, viria influenciar os movimentos feministas na medida em que mostra que a hierarquização dos sexos é uma construção social e não uma questão biológica. Ou seja, a condição da mulher na sociedade é uma construção da sociedade patriarcal. Assim, a luta dos movimentos feministas, além dos direitos pela igualdade de direitos incorpora a discussão acerca das raízes culturais da desigualdade entre os sexos.
Porque os movimentos feministas se opõem às normas hegemônicas de atuação dos homens na sociedade, e por desinformação acerca dos objetivos do movimento, estes sofrem diversas críticas. Muitos acreditam que as mulheres pregam o ódio contra os homens ou tentam vê-los como inferiores. Os grupos feministas podem ser vistos, ainda, como destruidores dos papéis tradicionais assumidos por homens e mulheres ou como destruidores da família.
As feministas afirmam que sua luta não tem por objetivo destruir tradições ou a família, mas alterar a concepção de que “lugar de mulher é em casa, cuidando dos filhos”. O compromisso dos movimentos feministas é pôr fim à dominação masculina e à estrutura patriarcal. Com isso, acreditam, garantirão a igualdade de direitos.



Resumo sociologia 2ª série - 2º bimestre

Conceituando “cultura”
Cultura, muitas vezes é confundida com aquisição de conhecimentos, com educação, com erudição. A cultura é informação, é a reunião de conhecimentos aprendidos no decorrer de nossas vidas, é herança social.
Por ser uma herança social, o ser humano “recebe” a cultura dos seus antepassados, mas cada pessoa, cada indivíduo é capaz de modificar a cultura herdada, pois a cultura é modificável, flexível, o ser humano “recebe” a cultura e a remodela, portanto a cultura não é fixa.
Cultura é tudo aquilo que aprendemos e compartilhamos com nossos semelhantes. Ela é relativa, não existe uma cultura boa, ou uma cultura ruim, superior ou inferior, como acreditavam os alemães, inclusive criadores da compreensão que muitos de nós ainda temos de “Cultura” com C maiúsculo, indicando superioridade, e neste sentido quem compreende a cultura desta forma arcaica e equivocada tende a fazer afirmações do tipo: “ fulano é culto” “Fulano não tem cultura” ora, todos e todas temos cultura!
Cultura pode por um lado referir-se à alta cultura, à cultura dominante, e por outro, a qualquer cultura. No primeiro caso, cultura surge em oposição à selvageria, à barbárie; cultura é então a própria marca da civilização, como queriam os alemães ao idealizarem a idéia da “Kultur” alemã indicando a superioridade da cultura alemã em detrimento das outras culturas, como modelo de civilidade, de progresso. Ou ainda, a alta cultura surge como marca das camadas dominantes da população de uma sociedade; se opõe à falta de domínio da língua escrita, ou à falta de acesso à ciência, à arte e à religião daquelas camadas dominantes. No segundo caso, pode-se falar de cultura a respeito de todos os povos, nações, grupos ou sociedades humanas.
Cultura está muito associada a estudo, educação, formação escolar, o que não é correto; por vezes se fala de cultura para se referir unicamente às manifestações artísticas, como o teatro, a música, a pintura, a escultura, cinema, logo ouvimos falar também de acesso a cultura. Outras vezes, ao se falar na cultura da nossa época ela é quase que identificada com os meios de comunicação de massa, tais como o rádio, a televisão. Ou então cultura diz respeito às festas e cerimônias tradicionais, às lendas e crenças de um povo, ou a seu modo de se vestir, à sua comida, a seu idioma. A lista ainda pode aumentar mais.
Contudo, devemos entender como cultura todas as maneiras de existência humana. Essa tensão entre referir-se a uma cultura dominante ou a qualquer cultura, permanece, e explica-se em parte a multiplicidade de significados do que seja cultura. Notem que é no segundo sentido que as ciências sociais costumam falar de cultura, no sentido amplo, como fenômeno unicamente humano, que se refere a capacidade que os seres humanos tem de dar significados às suas ações e ao mundo que os rodeia.
Todos os indivíduos, todos os seres humanos tem cultura, no entanto, cada cultura é diferente da outra, mesmo povos ditos incivilizados tem cultura, pois a cultura não baseia-se somente na linguagem escrita, e, como é herança social é transmitida de geração em geração. Cultura compreende uma série de elementos, como costumes, crenças religiosas, vestimenta, língua, objetos, rituais etc. A cultura é compartilhada pelos indivíduos de determinado grupo, não se refindo a um ato individual, cada grupo de seres humanos, em diferentes épocas e lugares, atribui significados diferentes a coisas e caminhos da vida aparentemente semelhantes.


Cultura de massa
Chama-se de cultura de massa toda aquela ideia, perspectiva, atitude, imagem e outros fenômenos que são preferidos em um consenso comum, contendo o mainstream de uma dada cultura. O termo surgiu no século XIX, referindo-se originalmente à educação e cultura das classes mais baixas. O termo teve seu significado corrente estabelecido ao final da Segunda Guerra Mundial, especialmente nos Estados Unidos. A forma abreviada do termo, “pop culture”, data da década de 1960.
A cultura popular é normalmente vista como algo trivial, e é mais simples para alcançar a aceitação consensual da maioria.
Cultura de massa e a indústria cultural
Os termos “cultura de massa” e “indústria cultural”, tecnicamente, representam a mesma coisa para a história. Cultura de massa, ou indústria cultural, é tudo aquilo que é produzido com objetivo de atingir a massa popular, e que são disseminados pelos veículos de comunicação de massa.
Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, dois filósofos alemães da Escola de Frankfurt, foram responsáveis pela criação do termo Indústria Cultural. Sofreram perseguição por serem judeus, e se refugiaram nos Estados Unidos.
Contexto histórico
A cultura de massa veio com o nascimento do século XX e dos novos meios de comunicação que ficaram sob o domínio da massa. O cinema, rádio e a televisão ganharam destaque e homogeneizaram os padrões da cultura. Produto de uma atividade econômica de larga escala, está vinculada inevitavelmente ao capitalismo industrial, acabando desta forma por oprimir as demais culturas, buscando os gostos culturais da massa para aumentar vendas. Noam Chomsky considera este tipo de dominação como uma forma de totalitarismo, afirmando que “a propaganda significa para a democracia o mesmo que o porrete significa para o estado totalitário”, que a massificação da cultura ocorre apenas servindo aos interesses econômicos.
A cultura popular
Alheia aos contextos institucionalizados, a cultura popular produzida foi um dos objetos dessa repressão. O popular era o alternativo à massa, mas a indústria cultural, posteriormente, percebeu que poderia absorver os antagonismos ao invés de combatê-los, atingindo dessa forma a hegemonia. Elevariam para seu próprio nível de difusão qualquer manifestação cultural, tornando-a efêmera e desvalorizada. Aquilo que antes era censurado, agora estaria fazendo parte desta produção.
A cultura popular que antes era recriminada por ser de baixa qualidade ou de mau gosto, passou a ser deixada de lado quando usa-se o argumento mercadológico de que “isto não vende mais”. O maior feito dessa alteração para a cultura de massa, foi transformar todos em consumidores, ou seja, de acordo com a lógica iluminista, fazer com que sejam livres para consumir tudo que desejarem. Pode, no entanto, haver o popular (produto da cultura popular) que não seja popularizado, ou seja, que não venda bem, e também o popularizado que não seja popular, sendo um produto que vende bem mas que é de origem elitista.

Consumismo e consumo?
Consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência. Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de influência que as empresas, por meio dapropaganda e da publicidade, bem como a cultura industrial, por meio da TV e do cinema, exercem nas pessoas. Muitos alegam que elas induzem ao consumo desnecessário, sendo este um fruto do capitalismo e um fenômeno da sociedade contemporânea.
A diferença entre o consumo e o consumismo é que no consumo as pessoas adquirem somente aquilo que lhes é necessário para sobrevivência. Já no consumismo a pessoa gasta tudo aquilo que tem em produtos supérfluos, que muitas vezes não é o melhor para ela, porém é o que ela tem curiosidade de experimentar devido a propagandas na TV, devido a ser um produto de marca.

Jovens e o consumo
Hoje em dia os jovens entre os 15 e os 22 anos de idade possuem vários sonhos, tais como comprar telemóveis, carros, ipods, roupas de marca, e tudo o que um jovem pode querer no seu desejo mais íntimo.
Hoje em dia os jovens estão a comprar cada vez mais por ainda não se saberem definir, e por isso precisam de pertencer a um grupo que de certa forma passa a definir quem ele é.
O desejo e a vontade de ter aquilo que se quer, possui um fator agravante na vida dos “jovens consumidores”, que reparam mais no que os outros estão a usar.Segundo uma pesquisa realizada pela organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), 70% dos jovens da América Latina interessam-se por compras, enquanto nos Estados Unidos o percentual é de apenas 33%.
Mas o mais interessante é que na adolescência este consumo é mais adequado, porque eles estão em busca da sua identidade, a questão que surge é: “QUEM SOU”.
Mas como contornar esta situação? Segundo os psicólogos a solução do problema está próxima: “ Quando o adolescente ingressar no mercado de trabalho irá verificar por si só que outras coisas lhe serão exigidas, além da aparência e do poder aquisitivo. Ter mais responsabilidade é uma delas e com isso o jovem vai descobrir as suas qualidades e aos poucos irá abandonar as etiquetas externas e as compras excessivas”.

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